quinta-feira, 3 de novembro de 2011

São Luís / Maranhão

Para começar, eu não sabia que São Luís era uma ilha. Mas é.




Fundada em 1612, São Luís, a capital do Maranhão, foi ocupada por franceses, holandeses e portugueses. Estes últimos foram mais responsáveis pelas construções da cidade.

As características portuguesas estão muito presentes na parte mais antiga da cidade: o Centro Histórico, o qual foi tombado como Patrimônio da Humanidade em 1997 e que possui ruas feitas por pedras de cantaria (?) e muitos casarões revestidos por azulejos. 


Todo canto dessa cidade tinha azulejo pra comprar. Azulejo decorativo: com nomes das pessoas, das profissões, com frases, com nomes de ruas...

Particularmente, o Centro Histórico é bem histórico mesmo, viu... muito, muito antigo, velho, descuidado. EU não gostei. Seria lindo se fosse restaurado completamente e, ME PARECE, que essa ideia já foi iniciada.#tomara

Um dos fatores que contribuíram para uma imagem não muito bem cuidada dos prédios históricos é a natureza. São Luís é uma cidade cujo clima é caracterizado por ser muito quente no verão e muito chuvoso no inverno. Por tamanha umidade, recorreu-se ao revestimento das fachadas dos prédios com azulejos (a maioria, portuguesa), permitindo um bom isolamento térmico que tornou os ambientes internos mais frescos, amenos e agradáveis. Além disso, contribuiu para a conservação das fachadas, uma vez que, com o excesso da umidade, a tinta descascava muito e em um curto período de tempo.










Numa das andanças pelo Centro Histórico, eis que me deparei com essa casinha, no mínimo, interessante.

A casinha se chama Cafuá das Mercês e fica próximo ao antigo Convento das Mercês. O motivo do nome da casinha eu não sei, mas conta-se que era o lugar onde colocavam os escravos e, para que estes não fugissem pelas janelas, estas tinham apenas uma frestinha para ventilação.

E por falar em escravos, fiquei muito triste ao saber a história do nome de um Beco que tem por lá: Beco da Bosta. O nome foi dado porque era um beco que os escravos percorriam para depositar as fezes recolhidas de seus Senhores. Até aí, tudo bem. O que me deixou triste é que os Senhores faziam o cocô e os escravos recolhiam tudo, enchiam uns "tonéis", colocava nos ombros (ou cabeça) e saíam andando com aquilo até o beco. E muitos destes "tonéis" não eram muito bem vedados, sabe... então uma boa parte do conteúdo era derramada sobre o escravo. Eco... muito me indigno com essas histórias de escravos...

Também tem um outro Beco com o nome mais engraçadinho: o Beco Quebra-bunda. O nome é devido às pedras escorregadias que compunham o tal do Beco...

Outro lugar que visitei e achei interessante foi a Morada das Artes. Trata-se de um espaço, cedido pelo governo, onde os artistas moram, criam, expõem e comercializam suas obras, além de darem aulas de arte. O bom é que eles cobram por hora/aula permitindo a muitos dos turistas poderem aprender também.



Saindo do Centro Histórico e como turista desprovida de grande quantidade de dinheiro, adorei o Terminal de Integração de ônibus que tem na cidade. Pelo terminal passam ônibus que atendem toda a cidade, inclusive as praias e, uma vez pegando um ônibus que passe pelo Terminal, a gente pode andar a cidade toda pagando apenas o valor de 1 passagem: R$ 2,40. Foi assim que andei pela cidade, conhecendo os pontos interessantes, sentada no banquinho dos ônibus e vendo o povo.




E por falar em povo, achei o povo desta cidade muito educado e atencioso. Gostam bastante de um reagge e tem a peculiaridade de dançar esse estilo a dois, bem agarradinhos.


Quanto à gastronomia, tinha um tal de Arroz Maria-Isabel que me foi uma perdição... Não sei do que era feito, mas tinha uma cor linda e o sabor... hum!






Tem, também, o Arroz de Cuxá, mas este já não me agradou muito porque é feito com camarão (e eu descobri que não gosto de camarão).






Quanto à cultura, bem que eles gostam de um tal de Boi Bumbá. Conta a lenda que Pai Francisco, para satisfazer o desejo de sua esposa grávida, Mãe Catirina, corta a língua do melhor boi da fazenda de seu Senhor. O Senhor, ao descobrir o feito, manda que Pai Francisco traga o boi de volta. Aí, resumindo a budega, Pai Francisco pede a ajuda de curandeiros e pajés que conseguem ressuscitar o boi. De felicidade, mandam fazer uma festa para comemorar o milagre.



Finalizando o passeio, vamos ao Lençóis Maranhenses! Ah os Lençóis.... que coisa mais linda, minha gente! São dunas e mais dunas, como num deserto mesmo... pequenas e imensas... A cada duna atravessada (com muito custo, pelo sedentarismo desta pessoa aqui) uma vista maravilhosa das lagoas de água cristalina!

O curioso é que estas lagoas são formadas pela água da chuva! Lindo demais!
E cansativo, também! Para chegar até os Lençóis tive que madrugar, pegar uma van, viajar por 4 horas até a cidade de Barreirinhas, andar de Toyota, atravessar de balsa, andar mais de Toyota, deixar a Toyota e seguir a pé. Cansei. Mas valeu à pena.





Achei ótimo comer caju do pé! Afinal nesse percurso todo de Toyota, tinham váááários pés repletos de cajus!.

Bom, é isso. Se me lembrar de mais alguma coisa legal, posto depois.

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